Canal 3ª Idade
O ano de 2020 nos foi mais do que desafiador. Tivemos que nos adaptar a práticas básicas de higiene mais frequentes, ao distanciamento e uso de máscara até a tentativa de manter o psicológico equilibrado para enfrentar uma pandemia que se alastra pela negligência ou a ignorância de quem se nega a aceitar as mais de 200 mil vidas perdidas na batalha contra o invisível Covid-19 que feri, física e psicologicamente, aqueles que vêm os seus entes queridos partir ou pela sequela que o vírus produz nos infectados, sendo mais do que necessário buscar ajuda profissional. 
Para a psicóloga Sonia Maião é preciso que as pessoas entendam que a saúde de todos os indivíduos depende da união e conscientização de cada um.  “Cuidar da saúde mental, seguir o protocolo e orientação dos médicos e infectologistas, tomar muito cuidado com o excesso de informação e fake news”, além de buscar por uma alimentação saudável e atividade física, manter a fé e a esperança. “Viver um dia de cada vez e acreditar que tudo vai passar e buscar ajuda profissional sempre”.

Pesquisa de Comportamento do Projeto ConVid – da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade de Campinas (Unicamp) composta de 44.062 participantes, no período de 24 de abril a 8 de maio, verificou como o isolamento social afetou a vida da população brasileira. Entre as dificuldades para lidar com a rotina no período de pandemia a pesquisa aponta o aumento do sedentarismo, consumo de álcool e problemas no estado de ânimo que contabilizam 40% de pessoas que se sentiram tristes ou deprimidas e 54% ansiosos ou nervosos com frequência.  Entre pessoas de 18 a 29 anos, 54% (tristes ou deprimidos) e 70% (ansiosos ou nervosos).
 
A psicóloga Sonia comenta que os transtornos mentais considerados expressivos antes mesmo da pandemia estão muito mais elevados, por conta da situação de incerteza e medo da morte imposto pelo vírus. “Pela falta de esperança e coragem de acreditar e persistir nos sonhos e objetivo de vida. Acredito que a pandemia veio nos lembrar de que para amar o outro, eu preciso primeiro amar e cuidar de mim, isso não é egoísmo, mas amor”.
Apesar das mais de 200 mil vidas perdidas pela Covid-19, ainda encontramos pessoas que não fazem o uso de máscara e nem buscam por isolamento, numa forma, talvez, de rebeldia, medo ou estresse desse momento que aterroriza muitas pessoas. Além de prejuízo para aqueles que se preservam e obedecem todos os protocolos técnicos para evitar uma contaminação.

O invisível
Assim, seguem relatos como o da mãe R.M, 59, infectada pelo vírus e que juntou forças para se cuidar e também da filha, inclusa no grupo de risco.
“Parecia uma gripe, tive uma indisposição, mas acreditei que era devido o dia anterior que não tinha me alimentado de acordo, pois tive um dia muito corrido e uma noite mal dormida”. Com os sintomas aumentando, ela se manteve em casa por cinco dias, mas sua filha que também é de risco começou a sentir dor de cabeça e febre no sexto dia. “Fomos ao PS e levamos uma bronca enorme do médico. Ele disse que não deveríamos ter esperado todo esse tempo. Fizemos exames e o resultado foi das duas positivas para covid”.
Uma fase considerada desesperadora para R.M., pois sua filha precisou ficar internada. “Difícil foi ficar isolada e sentir-se culpada e com medo dela não aguentar e morrer, foram dias angustiantes. Graças a Deus e aos médicos tudo passou”.
* Foto Ilustrativa

Um relato de vitória, frente a tantos outros de derrota pela Covid-19 e que segundo a psicóloga Sonia necessita do apego pelo positivo e verdadeiro enquanto o vírus existir. “Temos médicos, cientistas, infectologistas e todos os demais profissionais da saúde para ajudar na cura e numa vida mais equilibrada”, ela lembra ainda que é preciso usar a tecnologia que está ao nosso alcance.
“Cuidar da vida social é muito importante, os amigos têm o poder de transformar momentos. Se não é permitido encontro pessoal, podemos abusar do virtual. Assistir filme, descobrir um hobby que estava esquecido por falta de tempo, fazer um prato de comida diferente. Meditar, dançar, brincar com as crianças, enfim, tudo que tire o foco do negativo sem esquecer que ele existe” e conclui “A pandemia nos trouxe coisas boas e ruins”.
“Com certeza aprendemos e resignificamos muitas coisas. A tendência é a valorização da família, da união, da presença ao invés de presentes, dos encontros e momentos. Torço para que a saúde mental e física seja colocada em primeiro plano”.

Sonia Maião
É psicóloga graduada pela Faculdade de Jaguariúna, UNIFAJ com apromiramento em psicanálise. Especialista em idosos pelo Ateliê do Cuidado. Atendimento Presencial, Online e Domiciliar. Atua na clínica com atendimento psicológico para adolescente, adulto e idoso. No domicílio os atendimentos são direcionados para adulto, idoso, acamados ou impossibilitados de se deslocarem até a clínica e para cuidadores. Possui conhecimentos e preparação profissional para atendimento a pacientes que irão passar por cirurgia bariátrica. 
Contatos: (19) 9.9114-1507 / soniamaiao1gmail.com @psicologasoniamaiao

Uma dose de esperança – A chegada da vacina foi marcada com a aplicação da 1ª dose da Coronavac na enfermeira do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, Mônica Calazans, 54, após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do uso emergencial, no domingo (16/01), em São Paulo. Na sexta-feira (22/01), as doses da Oxford/AstraZeneca chegaram ao Brasil em um avião da Emirates que veio da Índia e pousou no Aeroporto de Guarulhos/SP e após tramites alfandegários, a carga seguiu em aeronave da Azul com destino ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

Fonte: https://www.facebook.com/canalterceiraidade
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